Embora acompanhe alguns REITs nas corretoras onde invisto, a verdade é que estes ativos deixaram de fazer parte do meu portefólio.
Os impostos de 28% sobre os dividendos e as baixas rentabilidades afastaram-me durante anos. No entanto, estou disposto a reconsiderar, mas com algumas regras bem definidas.
Até fevereiro de 2025 tinha apenas um REIT no meu portefólio, o Medical Properties Trust (MPW). Este não foi um investimento motivado pelo seu Dividend Yield, e sim pela sua desvalorização acentuada. Entre 2022 e 2024, o MPW perdeu 90% do seu valor, e por ser um REIT do setor da saúde, acredito que possa recuperar quando conseguir reestruturar ou vender os seus maus ativos.
Como consegui aproveitar a enorme queda no seu valor, neste momento já conto com uma valorização de 60%.
Impostos de 28% pelos Dividendos
O principal motivo pelo qual não invisto mensalmente em REITs é a carga fiscal. Atualmente, em Portugal, os dividendos estão sujeitos a uma taxa de 28%, e os REITs mais sólidos têm yields de 4 a 5%. Ou seja, depois dos impostos, restam apenas cerca de 3%, o que para mim é pouco atrativo.
Se quisesse garantir um rendimento equivalente ao salário mínimo apenas com REITs, teria de investir cerca de 350.000€. Ainda que se possa admitir algum tipo de valorização de longo prazo, para o meu perfil de investidor não é algo que me atraia.
Exceções: Alternativas mais rentáveis
Não descarto por completo o investimento em REITs ou ETFs de dividendos, mas apenas em casos específicos:
- Quando existe uma grande oportunidade de valorização – Como no caso do MPW, onde o potencial de recuperação é significativo.
- Quando o dividend yield ultrapassa os 10% – Nestes casos, mesmo com impostos, os retornos podem justificar o investimento.
Importa dizer que o Dividend Yield não é tudo, e um valor elevado pode também trazer maior risco, do que, por exemplo, ativos com um histórico bastante positivo como o Realty Income.
Global X SuperDividend:
Este ETF é uma das exceções, após o ter conhecidos através da Dama de Ouros, este foi uma opção que rapidamente me chamou a atenção. Neste momento conta com dividendos de 10,5%, e paga todos os meses.
O seu objetivo é simples, focar em empresas que pagam altos dividendos, o que acaba por ter um custo de gestão (TER) elevado, de 0,45%.
No gráfico acima, retirado do JustETF, é possível ver um crescimento de 3,6% nos últimos 12 meses. Já nos últimos 36 meses vemos uma queda de 36%, que fica ligada ao aumento das taxas de juros. Isto faz com que tenha uma segunda razão para investir neste ETF, que é por ver uma possível valorização no longo prazo.
Para quem também quiser saber mais, este ETF encontra-se disponível pelo menos na Freedom24 e XTB. Eu comprei apenas uma posição na XTB numa conta que criei em dólares, pois prefiro receber os dividendos na moeda em que são pagos, evitando a moeda de conversão.
Conclusão:
Por enquanto, vou manter o meu foco em ETFs acumulativos, que reinvestem os dividendos e evitam a carga fiscal. No entanto, não descarto oportunidades pontuais, especialmente em ativos com forte potencial de valorização.